terça-feira, 23 de setembro de 2008

Ó amado meu, eu os guardei para ti.



Que formosos são os teus pés nos sapatos, ó filha do príncipe! As voltas de tuas coxas são como jóias, trabalhadas por mãos de artista.
O teu umbigo como uma taça redonda, a que não falta bebida o teu ventre como monte de trigo, cercado de lírios.
Os teus dois peitos como dois filhos gêmeos da gazela.
O teu pescoço como a torre de marfim os teus olhos como os viveiros de Hesbom, junto à porta de Bate-Rabim o teu nariz como torre do Líbano, que olha para Damasco.
A tua cabeça sobre ti é como o monte Carmelo, e os cabelos da tua cabeça como a púrpura o rei está preso pelas suas tranças.
Quão formosa, e quão aprazível és, ó amor em delícias!
A tua estatura é semelhante à palmeira, e os teus peitos aos cachos de uvas.
Dizia eu: Subirei à palmeira, pegarei em seus ramos e então os teus peitos serão como os cachos na vide, e o cheiro da tua respiração como a das maçãs.
E o teu paladar como o bom vinho para o meu amado, que se bebe suavemente, e faz com que falem os lábios dos que dormem.
Eu sou do meu amado, e ele me tem afeição.
Vem, ó meu amado, saiamos ao campo, passemos as noites nas aldeias.
Levantemo-nos de manhã para ir às vinhas, vejamos se florescem as vides, se se abre a flor, se já brotam as romeiras ali te darei o meu grande amor.
As mandrágoras dão cheiro, e às nossas portas há toda a sorte de excelentes frutos, novos e velhos ó amado meu, eu os guardei para ti.